Pragmatismo

Doutrina filosófica surgida no século XIX, nos Estados Unidos, que propõe um método para determinar o significado dos termos fundamentais da linguagem a partir de sua contextualização prática.

Constituído a partir da palavra grega pragma, ação, atividade, coisas de uso, o pragmatismo estendeu-se para a Inglaterra e outros países, como a Itália, ainda no século passado, perdurando, sob variadas formas, até nossos dias.

A origem desta doutrina parece ser uma entidade denominada Methaphysical Club, grupo de pensadores formado em Cambridge, Massachussets, nos anos de 1872 a 1874.

A este grupo, pertenciam Chauncey Wright (1830-1875), F. E. Abbot, Charles Sanders Peirce (1839-1914) e William James (1842-1910), entre outros.

Tais filósofos lançaram as bases do movimento pragmático A estes autores, é preciso unir as contribuições de John Dewey (1859-1952) e F.C.S. Schiller (1759-1805).

Estes últimos também são considerados entre os maiores representantes do pragmatismo. Contudo, é possível encontrar aspectos desta doutrina presentes em vários outros pensadores, como Bergson (1859-1941), Spengler (1880-1936) e Simmel.

A tais aspectos, disseminados na obra de vários filósofos não caracterizados como pragmáticos em sentido estrito, foi dado o nome de pragmatismo parcial, em oposição ao pragmatismo total defendido por seus integrantes.

A concepção do que constitui o pragmatismo varia para cada pensador, de modo a não ser possível precisar completamente este pensamento de maneira unitária.

Para provar este fato, Peirce chegou a mudar o nome de sua doutrina para pragmaticismo, a fim de diferenciá-la das distorções exercidas por outros autores, e pelo alargamento conferido a ela por William James (1842-1910).

Todavia, para a maior parte de seus adeptos, o pragmatismo se apresenta a um só tempo como um método científico e como uma teoria acerca da verdade.

Esta é concebida em sentido dinâmico. A verdade não diz respeito aos objetos, mas antes às idéias, ou às formas de relação concretas que os homens têm com os objetos.

Deste modo, ela deve ser determinada mediante a consideração destas relações. O pragmatismo desvia o olhar das substâncias primeiras, presentes no pensamento dogmático, para considerar as conseqüências, os fatos produzidos por determinadas interrelações.

Assim, ele pretende acentuar o papel dinâmico da consciência -- e esta compreendida como algo em constante mutação, a partir de suas buscas, ensejos e satisfações -- na determinação da realidade.