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Charles Sanders Peirce (1839-1914)

Filósofo americano, considerado um dos maiores filósofos norte-americanos de todos os tempos, bem como o fundador do pragmatismo. Nasceu em Cambridge, Massachussets, filho de um matemático e astrônomo. Estudou matemática e física na Universidade de Harvard, graduando-se em 1859. Quatro anos depois, doutorou-se em química, nesta mesma universidade.

Trabalhou como físico e astrônomo, realizando descobertas importantes neste campos. Sua formação em filosofia é autodidata; seus estudos de lógica e filosofia o levaram a lecionar filosofia, em harvard, nos anos de 1864 e 1869, e lógica na Universidade John Hopkins, de 1879 a 1884. Sua personalidade conflituosa e excêntrica o levaram a deixar a Universidade.

Em 1889, retirou-se para Milford, Pensilvânia, vivendo em relativo isolamento até sua morte. Peirce somente editou um livro em vida, pesquisas fotométricas. Sua filosofia, de caráter assistemático, se encontra escrita em vários textos separados, publicados em revistas diversas. Após sua morte, iniciaram-se as publicações de várias coletâneas de seus textos.

Uma das principais preocupações de Peirce consiste em encontrar um método, segundo o qual a filosofia possa aproximar-se ao rigor dos procedimentos científicos. Tal método, desenvolvido por este filósofo, é denominado por ele pragmatismo. Este método possui a função de aclarar o significado dos diversos termos empregados pelo discurso filosófico, que muitas vezes pecam pela imprecisão.

A significação proposta pelo pragmatismo, como seu nome deixa entrever (o termo pragmatismo deriva da palavra grega pragma, afazer, ação; daí, deriva igualmente o termo prática) se encontra imbricada a uma contextualização do termo em questão a determinada situação prática. Saber o que um termo significa equivale a determinar suas conseqüências práticas, isto é, quais as suas possibilidades de atuação na realidade.

O pensamento de Peirce traz, ainda, importantes contribuições aos campos da lógica e das investigações semióticas (Leia sobre Semiótica) . Foi um dos primeiros a desenvolver estudos de lógica matemática e simbólica. Contudo, uma de suas mais conhecidas teorias incide sobre o estudo dos signos. A filosofia de Peirce Um signo é entendido como aquilo que equivale alguma coisa para alguém, sob algum aspecto ou capacidade.

Todo signo deve ser, por definição, distinto daquilo que é por ele significado. Deste modo, Peirce promove uma tripla distinção dos signos, conforme as relações que estes mantém com o que significado.

Deste modo, um signo pode ser compreendido:

• como ícone, quando o signo e o significado apresentam um aspecto em comum; por exemplo, um cão e a denominação infantil Au-au;

• como índice, quando o signo não se assemelha ao significado, mas o aponta por relação de contigüidade, como uma pegada na areia indica o caminhante;

• e como símbolo, quando a relação entre os dois é arbitrária, marcada apenas por convenção; por exemplo, como a cor vermelha do semáforo indica a necessidade de parar.

O pensamento de Peirce influenciou os mais importantes filósofos norte-americanos. Destes, o nome mais expressivo é o de William James (1842-1910), seu discípulo direto e amigo pessoal.

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Charles Sanders Peirce (EUA)

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Fonte: •Enciclopédia Digital 99 • ( Literatura e Leitura ) •